
A Fundação Solidaridad celebra 15 anos de atuação no Brasil. Iniciou sua trajetória com um propósito claro: transformar cadeias produtivas agropecuárias em espaços de inclusão social, responsabilidade ambiental e rentabilidade econômica. Parte de uma rede internacional com mais de 55 anos de história, a organização tem contribuído de forma decisiva para fortalecer a agricultura sustentável e o desenvolvimento rural integrado no país por meio do fornecimento gratuito de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e da elaboração de estudos técnicos.
A atuação da Solidaridad tem sido uma ponte entre produtoras e produtores rurais, empresas, governos e sociedade civil, promovendo soluções inovadoras para uma produção de baixo carbono, resiliente às mudanças climáticas e centrada nas pessoas. Chegar aos 15 anos reafirma o seu compromisso com um país onde todas e todos têm acesso a oportunidades dignas no campo, a produção convive com a preservação e as cadeias produtivas contribuem para a segurança alimentar e climática global.
Com presença em cadeias produtivas estratégicas como cacau, café, cana-de-açúcar, erva-mate, laranja, palma de óleo, pecuária e soja, desenvolve ações sempre respeitando a sociobiodiversidade, os territórios e os conhecimentos tradicionais. Para o Diretor de País, Rodrigo Castro, o momento é oportuno para celebrar a organização e as pessoas que fizeram e fazem parte dela.
Trata-se de um trabalho que vem se consolidando ao longo de 15 anos no Brasil – um marco institucional que nos deu a possibilidade de olhar para trás e refletir sobre a nossa trajetória. Nesse sentido, tivemos a oportunidade de pensar e planejar o futuro das nossas atividades, contribuindo para a estratégia na América Latina e o crescimento da rede global, com quase 50 países. Além disso, a Fundação tem mostrado que, para ser inovadora, a ATER deve ir além da transferência de tecnologias, gerando transformação social e ambiental. Esses avanços têm contribuído para que famílias produtoras aumentassem sua renda, reduzissem impactos ambientais e se preparassem para os desafios do futuro”, ressalta.

Sustentabilidade na Amazônia
Ao longo dessa trajetória, a Solidaridad cultivou parcerias estratégicas que ajudaram a ampliar seu alcance e relevância. Há mais de dez anos, atua na Amazônia paraense, com foco nos municípios de Novo Repartimento, Pacajá, Anapu e Altamira. Ao longo dessa trajetória, o Programa Amazônia – com foco nas cadeias de cacau e pecuária – tem desenvolvido e implementado modelos inovadores de ATER para promover a agricultura familiar de baixo carbono e impulsionar um novo ciclo de desenvolvimento socioeconômico na região. Para o Gerente de Monitoramento de Projetos e Operações do Fundo JBS pela Amazônia, Lucas Scarascia, a atuação da organização no projeto RestaurAmazônia é exemplar.
A Fundação Solidaridad vem se destacando na entrega de resultados e no compromisso com a preservação ambiental, bem como a recuperação de áreas degradadas em uma região que sofre muita pressão pelo desmatamento. Sua abordagem territorial e visão sistêmica contribuem para um olhar mais amplo sobre a região, sem desconsiderar os aspectos individuais de cada família. A metodologia de ATER inclusiva se tornou referência na Amazônia.”
Com 1,3 mil famílias atendidas na Transamazônica, o projeto já restaurou cerca de 1 mil hectares com sistemas agroflorestais de cacau e aumentou em 47% a renda das famílias envolvidas.
Produção ambientalmente responsável de café
Ao longo dos últimos anos, o Programa Café intensificou sua atuação na agenda climática, gerando conhecimento técnico e fortalecendo parcerias para fomentar práticas regenerativas e de gestão da paisagem. Também avançou na promoção da due diligence em direitos humanos, contribuindo para a compreensão de riscos e para a erradicação das piores formas de trabalho no campo. O projeto Cultivando direitos: promoção do trabalho justo na região de conilon, desenvolvido em parceria com a Sucafina Brasil, trabalhou para garantir condições justas, dignas e sustentáveis para produtores e trabalhadores rurais do Espírito Santo.
A Gerente de Sustentabilidade da Sucafina Brasil, Mariana Martins, destacou o papel da Solidaridad na mobilização de cafeicultores.
Acredito que a atuação da Solidaridad tem sido fundamental para uma execução mais eficiente e eficaz dos projetos. Na minha opinião, seu maior feito para a cadeia cafeeira é o excelente know-how na mobilização e engajamento dos produtores, incentivando a adoção de boas práticas de sustentabilidade. Neste momento em que a organização celebra seus 15 anos, desejo vida longa! Que continue exercendo seu impacto positivo no desenvolvimento rural sustentável, transformando vidas, paisagens e cadeias de abastecimento.”
Cana-de-açúcar: inclusão e inovação
O Programa Cana da Solidaridad é o mais antigo da organização no Brasil e marcou o início de sua atuação no país há 15 anos. Desde então, tem se consolidado como vetor de diálogo e cooperação com todos os elos da cadeia — produtores, associações, usinas e empresas. A estratégia está centrada na promoção de produção sustentável de cana, incluindo adoção de práticas de agricultura regenerativa que restauram a saúde do solo, aumentam a biodiversidade e contribuem para a resiliência climática. A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) é parceira da Solidaridad desde 2016 com a execução dos projetos Top Cana e Muda Cana.
O CEO da Orplana, José Guilherme Ambrósio Nogueira, acompanha a Solidaridad há cerca de dez anos:
A Fundação Solidaridad apoiou associações, produtores canavieiros e usinas no processo de certificação e desenvolvimento sustentável. Seu trabalho é de inserção, inclusão e principalmente de valor compartilhado, promovendo a cadeia produtiva no cenário global. Em parceria com a Orplana, realizou, por meio do projeto Muda Cana, o mapeamento de ações necessárias para o aprimoramento contínuo dos agricultores.”
Em outra frente, com foco na inclusão digital de produtores rurais, o programa Elos Raízen foi criado em 2014 para levar melhoria contínua a 100% dos fornecedores de cana da Raízen por meio do Extension Solution, aplicativo da Solidaridad usado pelas equipes de campo.
A Coordenadora de Oferta Sustentável na Raízen, Michele Espadoni, reforça o impacto da transformação digital:
A Fundação Solidaridad tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro. No Elos Raízen, a implementação de soluções digitais transformou a gestão da cadeia produtiva de cana-de-açúcar, ampliando a adoção de boas práticas no campo. Com as soluções inovadoras propostas, conseguimos realizar ações de forma mais precisa e estratégica, gerando resultados reais.”

Cadeia produtiva de laranja
O Programa Laranja da Solidaridad promove a melhoria contínua da produção no Cinturão Citrícola Brasileiro. Por meio do projeto Fruto Resiliente: fortalecendo a produção sustentável de laranja, a estratégia é disseminar e aprimorar práticas agrícolas e de gestão voltadas a pequenos e pequenas produtoras, promovendo uma citricultura mais eficiente, resiliente e alinhada às demandas de sustentabilidade.
Peter Stedman, da área de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa da Cutrale, destaca o impacto do projeto Fruto Resiliente:
Promover a adesão de pequenos citricultores a práticas mais sustentáveis e produtivas é essencial para a saúde de longo prazo da cadeia produtiva. Por meio de processos contínuos de monitoramento e avaliação da equipe de Solidaridad, a mudança de atitude entre os pequenos produtores é a maior conquista. O aumento do otimismo e a renovação geracional são essenciais para garantir a viabilidade da produção de citros no longo prazo.”
Erva-mate: cultura e sociobiodiversidade
A Fundação Solidaridad desenvolve há cinco anos o Programa Erva-Mate. A estratégia de atuação foca na construção de um ecossistema facilitador, no qual agricultores e agricultoras têm acesso à ATER, promovendo incrementos de produtividade e renda por meio de melhores práticas para gestão e manejo da atividade, integrada à paisagem rural. Em parceria com a Leão e a Coca-Cola Brasil, executa o projeto Aliados pelo Campo na região do Alto Uruguai Gaúcho para a inclusão e desenvolvimento socioeconômico de 92 famílias.
A Especialista em Planejamento e Desenvolvimento Agrícola da Leão, Clauriane Stele, vê na Solidaridad um elo estratégico:
A Fundação Solidaridad representa um marco em ações que promovem uma comunicação inteligente e sustentável na cadeia da erva-mate. A organização conecta todos os atores da cadeia da erva-mate com foco na sustentabilidade e na qualidade. Isso abriu novas oportunidades para quem vive da cultura da erva-mate.”
Soja e agricultura regenerativa
A estratégia do Programa Soja busca aprimorar a expansão responsável da soja, promovendo o desenvolvimento de uma produção mais sustentável pela intensificação do uso de pastagens degradadas e aumento da resiliência da produção, contribuindo para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. A adoção de práticas de baixo carbono, o incremento de plantas de cobertura e o compromisso com a equidade de gênero são pilares centrais da organização. Em parceria com a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), desenvolveu uma metodologia de estimativa de cálculo de balanço de carbono para a cultura da soja e publicou o estudo Balanço de carbono na produção de soja no Matopiba.

O presidente da AIBA, Moisés Schmidt, celebra os avanços técnicos e ambientais:
A trajetória de 15 anos da Fundação Solidaridad é marcada pela seriedade, transparência e compromisso, com o fortalecimento das práticas sustentáveis no campo. A ferramenta de cálculo de fixação de carbono no solo, desenvolvida em parceria com a AIBA, comprova que práticas agrícolas sustentáveis reduzem emissões de gases de efeito estufa. É um marco para a agricultura regenerativa.”