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Em cinco anos, Solidaridad promove redução de 64% do desmatamento na Amazônia

Implementado desde 2015 em Novo Repartimento (PA), o Programa Amazônia fez o índice de derrubada da floresta no assentamento Tuerê cair de 195 hectares em 2016 para 70 em 2021
A implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) com cacaueiros e plantas nativas contribui para a redução do desmatamento e o reflorestamento do bioma amazônico. Foto: Fundação Solidaridad

Os números demonstram que a Fundação Solidaridad tem feito o seu papel em seguir na contramão do crescimento galopante das taxas de desmatamento no bioma amazônico. Por meio do Programa Amazônia, que desde 2015 leva sustentabilidade e inclusão socioeconômica a produtores e produtoras familiares de cacau e pecuária no assentamento Tuerê, em Novo Repartimento, no Pará, em cinco anos foi registrado um recuo de 64% da derrubada de vegetação nativa.

Do total de 230 famílias produtoras diretamente envolvidas, os dados das 66 propriedades monitoradas apontam que a redução do desmatamento foi de 195,18 hectares em 2016 para 70,73 hectares em 2021. Além disso, o número de propriedades que desmataram também caiu de 47 para 12, o que significa que 35 famílias deixaram de derrubar a floresta nesse período.

Enquanto o desmatamento na Amazônia aumentava, conseguimos reduzir a derrubada no Tuerê. Sabemos agora que é possível para o agricultor familiar produzir de forma sustentável e incrementar sua renda”, afirma Mariana Pereira, gerente de Meio Ambiente e Qualidade da Fundação Solidaridad.

Para a especialista em geoprocessamento da Solidaridad, Karine Costa, a redução observada é resultado do aumento da produtividade do cacau e da pecuária e, consequentemente, da renda – obtidos com as atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) nas propriedades, como novas técnicas de manejo do pasto e melhorias no cultivo e no beneficiamento de cacau. “Ao melhorar as técnicas de produção, as famílias conseguem aumentar a produtividade sem ter que abrir novas áreas de cultivo ou pastejo”, explica Karine.

O trabalho de assistência técnica contínua executado pelos técnicos e técnicas da Fundação Solidaridad auxilia as famílias produtoras a adotar práticas mais sustentáveis e rentáveis. Foto: Fundação Solidaridad

Os dados compilados pela Solidaridad mostram que a produtividade do cacau subiu em média 20% em 2021, na comparação com 2017. E mais: se os impactos da pandemia de Covid-19 são removidos do cálculo, o aumento sobe para 33%. No caso da pecuária de cria, verifica-se um aumento de 3% quando elimina-se o impacto da pandemia. Com relação à renda, a média anual por família obtida com cacau e pecuária em 2016 era de R$ 72,1 mil e, em 2021, saltou para quase R$ 92 mil – um incremento de 27%.

RELAÇÃO DE CONFIANÇA

Segundo Mariana Pereira, oferecer uma assistência técnica contínua e de qualidade a longo prazo proporcionou tempo para construir relações de confiança com os produtores, o que foi crucial para a obtenção dos resultados.

Sustentabilidade e aumento de renda caminham juntos. Mas, para isso, é preciso trabalho, investimento, assistência técnica contínua e bem estruturada e tempo para as mudanças serem implementadas,” afirma.

Ela destaca que a Solidaridad buscou ouvir os desejos, as necessidades e os sonhos desses agricultores – que sempre tiveram protagonismo em todo o processo -, já que era preciso alterar a forma como eles trabalhavam. “Estamos falando de promover mudança de hábitos e de formas de trabalhar a terra que são praticadas pelos agricultores familiares da região há 20 anos”, frisa.

O trabalho realizado até agora ganha nova escala por meio do projeto RestaurAmazônia, que tem como meta preservar mais de 20 mil hectares de floresta nativa até 2026. Foto: Fundação Solidaridad

APOIO INTERNACIONAL

Os números positivos registrados em 2021 também encerram uma etapa importante do Programa Amazônia. O projeto começou em 2015 como um piloto, com apoio do Reino dos Países Baixos e da Good Energies Foundation, com sede na Suíça. Em 2019, entrou na fase de comprovação da eficiência do modelo, com financiamento da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), por meio da Iniciativa Internacional Norueguesa de Clima e Florestas (NICFI).

Com o financiamento, foi possível ampliar a maturidade do modelo de ATER desenvolvido no Tuerê e aumentar a diversificação da produção a partir da adoção de Sistemas Agroflorestais (SAFs) com cacau. Os recursos deram impulso a uma ampla estratégia da Solidaridad, chamada Conexão Brasil-China-EUA: mobilizando mercado e investidores e alavancando a produção de baixo carbono.

Agora, o Programa Amazônia ganha novo impulso com o projeto RestaurAmazônia, projeto da Fundação Solidaridad com apoio do Fundo JBS pela Amazônia e da Elanco Foundation que até 2026 investirá cerca de R$ 25 milhões em Novo Repartimento, Anapu e Pacajá. A meta é atender 1,5 mil famílias produtoras dos três municípios da rodovia Transamazônica e preservar mais de 20 mil hectares de floresta nativa.

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