Pecuária

PECUÁRIA

Segundo a FAO, cerca de 70% das áreas de pastagens na América Latina e Caribe estão em processo de degradação. As regiões da Amazônia e do Chaco são os ecossistemas mais propensos a uma mudança de uso do solo para expandir a fronteira pecuarista. Demonstrar que a restauração de pastagens degradadas e a adoção de modelos de intensificação sustentáveis é mais rentável do que desmatar novas terras é o caminho para garantir territórios livres de desmatamento para a compra de gado.

DESAFIOS & SOLUÇÕES

Nosso programa de pecuária trabalha desde 2012 em pilotos de intensificação sustentável que incluem medições de carbono e modelagem econômica. Isso ajuda a entender o potencial que a pecuária de baixo carbono tem para reduzir a pressão sobre as florestas nativas e contribuir para a mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) por meio do sequestro de carbono. Um estudo realizado pela Fundação Solidaridad e Grupos CREA do Paraguai, por exemplo, revelou que um bom manejo de pastagens pode capturar até 81% mais carbono do que as pastagens degradadas, aumentando em 60% em média os volumes de carne.

No caso da pecuária de pequena escala em áreas marginais e áridas, um modelo de baixo carbono pode ajudar a aumentar a produtividade e a competitividade. A chave está na profissionalização e no acesso a serviços de extensão rural de qualidade. Para sustentar esses benefícios ao longo do tempo, as cooperativas são fortalecidas. Além disso, são desenvolvidos modelos de negócios que permitem que produtores e produtoras custeiem sua assistência técnica a partir de seus lucros, sem financiamento externo.

Na maioria dos países da região, não existem mecanismos financeiros comprovados para uma produção pecuária sustentável ou sem desmatamento. Na Fundação Solidaridad, trabalhamos com os principais bancos para avaliar e reduzir os riscos de desmatamento em seus investimentos e carteiras de empréstimos. Também os apoiamos no desenvolvimento de linhas de crédito preferenciais para produtores e produtoras que queiram adotar tecnologias de baixo carbono.

O trabalho das mesas-redondas de pecuária sustentável no Brasil, Paraguai, Argentina e Colômbia é um meio para acordar critérios mínimos de sustentabilidade e gerar condições para uma pecuária de baixo carbono em nível nacional. Nesse sentido, sendo sede da secretaria técnica da Tropical Forest Alliance na Colômbia, a Solidaridad facilitou a assinatura de um acordo nacional de taxa de desmatamento para a carne bovina e laticínios a ser entregue em 2030.

À medida que assumem compromissos de sustentabilidade, os frigoríficos e as empresas buscam aumentar a rastreabilidade e a transparência de suas cadeias de suprimentos, que muitas vezes são complexas. A adoção de políticas de abastecimento responsável é uma forma concreta de traduzir compromissos amplos de desmatamento zero em ações específicas. Elas podem incluir investimentos em sistemas de baixo carbono ao longo de suas cadeias de fornecimento, ou sistemas de monitoramento para evitar compras originárias de áreas desmatadas ilegalmente.

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Paulo Lima

Brasil

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