Na definição da enciclopédia Larousse, terroir designa o conjunto de terras de uma região, consideradas do ponto de vista de sua aptidão agrícola e de fornecimento de um ou mais produtos característicos. São os chamados “produtos de terroir”. Em comum entre todos, o respeito pela excelência e pela identidade de seu lugar de origem.
O promissor terruá – aqui já traduzido para o português – de chocolates finos no Brasil, do assentamento Tuerê, em Novo Repartimento, no Pará, vem ganhando mercado nacional e internacional e se consolida como referência em qualidade e sabor. Em parceria com a Casa Lasevicius, dez amêndoas Terruá Tuerê são utilizadas para a produção de chocolates bean to bar (do grão à barra, na tradução livre). Anivaldo, Chiquinho, Francisco, Jader, José Antônio, Narciso, Rosilene, Valdemiro, Zé Augusto e Zezinho são os dez produtores, apoiados pela Solidaridad Brasil.
A Organização mantém no Tuerê o projeto “Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia”, que promove assistência técnica a 150 produtores de cacau. E o chocolate produzido pelos dez representantes do coletivo foi o grande vencedor do concurso que encerrou o Festival Chocolat Amazônia 2019, entre os dias 19 e 22 de setembro, em Belém. Concorrendo com outras 24 marcas, levou cinco das seis categorias.
Bruno Lasevicius, chocolatier da Casa Lasevicius – responsável pela produção dos chocolates premiados no festival – , é um grande entusiasta da qualidade das amêndoas do Terruá Tuerê. “O Brasil está entrando agora em uma fase de produção de cacau. É possível ver que, entre os produtores apoiados pela Solidaridad, há pessoas com muito talento, mas o local onde estão produzindo também deve ser estimado. Tenho certeza que eles podem conseguir uma indicação geográfica”, diz, referindo-se às áreas de maior destaque no mundo para a produção de chocolates bean to bar.
“O Brasil foi reconhecido como exportador de cacau fino, e tudo está confluindo para que o país entre no mapa global da qualidade”, afirmou o diretor do Centro de Inovação do Cacau, Gabriel Villela, durante sua visita ao estande da Solidaridad. É exemplar o trabalho que a Solidaridad está fazendo na valorização do cacau desses produtores e no mapeamento da qualidade do cacau do Tuerê”, completou. Além do terruá, a qualidade da amêndoa do cacau passa também pela genética – que influencia o sabor – e pelo o manejo: como é colhida, separada, fermentada e seca.
Audiência com o governador
No dia seguinte à premiação no Festival, Valdoney da Silva, Dorvânio Sales e José Silva, três produtores do Tuerê, além do Pedro Santos, técnico agrícola da Solidaridad, foram recebidos no Palácio do Governo, em Belém, pelo governador do Pará, Helder Barbalho. Ele foi presenteado com os chocolates produzidos em parceria com a Casa Lasevicius e se impressionou com o projeto desenvolvido em Novo Repartimento.
“Nosso chocolate ganhando cada vez mais visibilidade! Hoje tive o prazer de receber o grupo de produtores de cacau de Novo Repartimento, que veio representar os vencedores do Festival do Chocolate na categoria ‘intenso’ e ‘ao leite’, que são da mesma cidade”, divulgou o governador em sua conta no Twitter.