Em parceria com o Land Innovation Fund e a Aiba, Fundação Solidaridad encerra projeto que consolida sua atuação como organização promotora de melhores práticas agrícolas para a cadeia no Oeste da Bahia
Realizado com o apoio do Land Innovation Fund e parceria da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), o projeto Oeste da Bahia: melhoramento no balanço de carbono da Fundação Solidaridad chega ao fim com a entrega de uma metodologia de estimativa de cálculo de balanço de carbono para a cultura da soja, personalizada para as características do Matopiba, região que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A calculadora integra o Sistema de Inteligência e Monitoramento Ambiental (SIMA) do SENAI CIMATEC e será gerida pela Aiba. Com o objetivo de contribuir para a progressiva melhora do balanço de carbono na região, a iniciativa também publicou o estudo Balanço de carbono na produção de soja no Matopiba e realizou oficinas, palestras e workshops.
A atuação da Fundação Solidaridad no Oeste da Bahia demonstra que é possível adequar práticas agrícolas na soja, aumentar a produtividade e preservar o bioma Cerrado. O Diretor da Fundação, Rodrigo Castro, reitera a importância da parceria com o Land Innovation Fund para mudanças de paradigmas no setor.
Ela teve valor estratégico pela grande contribuição de ampliar o entendimento sobre o potencial da agricultura de baixo carbono. Em parceria com a Aiba, desenvolvemos a ferramenta para estimar o balanço de carbono na produção da soja buscando incentivar melhores práticas agrícolas para tornar a produção mais resiliente e climaticamente responsável. Melhorar o balanço de carbono na propriedade é importante no enfrentamento da crise climática, mas também traz benefícios para o produtor, afirma.
Para o Diretor do Land Innovation Fund, Carlos E. Quintela, o projeto é uma oportunidade de fomentar a criação de uma paisagem de inovação pela sustentabilidade agrícola no país. “Ele contribuiu para ampliar o entendimento sobre os benefícios da adoção de práticas agrícolas sustentáveis e de baixo carbono no campo, com efeitos para a propriedade rural e o meio ambiente”, afirma. “Além disso, os dados coletados no Oeste da Bahia integram um estudo com importantes considerações para o desenvolvimento de políticas públicas que promovam práticas agrícolas de baixo carbono favoráveis à mitigação das mudanças climáticas”, completa.
CALCULADORA DE CARBONO
A metodologia para estimar o balanço de carbono nas propriedades foi desenvolvida por um grupo de trabalho que contou com 68 participantes, entre parceiros locais e especialistas. A participação dos produtores e produtoras rurais durante o projeto foi essencial para o levantamento das informações. Ao todo, quase 300 produtores e técnicos das fazendas foram visitados ou contatados, e 58 propriedades utilizaram a calculadora no Oeste da Bahia. A Especialista de Carbono da Fundação Solidaridad, Camila Santos, reforça as possibilidades da ferramenta e seus benefícios ambientais.
Com ela, é possível estimar o balanço de carbono, identificando as principais atividades que contribuem para as emissões e as práticas de manejo que ajudam no sequestro. Os resultados podem auxiliar na tomada de decisões de manejo pelos técnicos e produtores, como a adoção de tráfego controlado de máquinas, diminuindo o consumo de óleo diesel; uso de plantas de cobertura que aumentam o teor de matéria orgânica no solo e trazem benefícios para todo sistema; redução de insumos e resiliência da produção, entre outros, diz ela.
De acordo com o Gerente de Sustentabilidade da Aiba, Eneas Porto, a calculadora de carbono serve como um importante instrumento de gestão da propriedade rural. “A participação direta do produtor demonstra uma aderência no campo. Nós percebemos que o olhar para a sustentabilidade está se ampliando e vemos os resultados disso na melhoria da qualidade do solo, na produtividade e na percolação de água no solo”, comenta. Segundo ele, a iniciativa oferece uma grande contribuição para a sustentabilidade da produção agrícola no Oeste da Bahia, promovendo tanto mudanças no campo quanto o engajamento da população local com o tema.
MELHORES PRÁTICAS
Conduzido com a colaboração do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), o estudo Balanço de carbono na produção da soja do Matopiba mapeou 50 propriedades rurais da região, com uma área produtiva de mais de 150 mil hectares de soja. Após sua publicação, com o intuito de debater propostas de incentivos para a adoção de práticas de baixo carbono, a Fundação Solidaridad realizou um evento on-line voltado para importantes stakeholders do setor agropecuário. A reunião teve a participação de 80 pessoas de 45 instituições de nove diferentes setores da cadeia da soja.
Para disseminar a temática com informação qualificada, promoveu seis oficinas, cinco palestras e um workshop em parceria com a Aiba. Com a soma desses encontros, contou com mais de 350 pessoas em sua audiência total, entre estudantes, técnicos, produtores e empresas. Outro parceiro essencial para a execução da iniciativa na região foi a Cooperativa Agropecuária do Oeste da Bahia (Cooproeste), responsável por auxiliar na articulação e engajamento dos produtores. Na visão do Agrônomo e Consultor de Vendas da Cooproeste, Lucas Assunção, a iniciativa apresenta potencial para aumentar sua atuação e beneficiar mais localidades.
A parceria com a Fundação Solidaridad, Aiba e Land Innovation Fund foi muito boa. O projeto traz benefícios diretos para os produtores e seria muito proveitoso se fosse expandido para outros cultivos da região Oeste da Bahia. As boas práticas beneficiam não só o produtor, mas também o planeta, reforça.
Além do apoio do LIF, o projeto Oeste da Bahia: melhoramento no balanço de carbono também contou com o investimento da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), por meio da Iniciativa Internacional Norueguesa de Clima e Florestas (NICFI).
EXPANSÃO DA ATUAÇÃO NO MATOPIBA
Por meio de suas ações e projetos, a Fundação Solidaridad pretende disseminar o uso da ferramenta de estimativa de balanço de carbono para mais propriedades no Matopiba. Com os conhecimentos adquiridos em sua atuação no Oeste da Bahia, expandiu a promoção de práticas agrícolas de baixo carbono para o estado do Maranhão, com o projeto Paisagens de baixo carbono no Maranhão.
O projeto é financiado pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, no âmbito do projeto Sustentabilidade e Criação de Valor nas Cadeias, uma iniciativa do programa global AgriChains da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, implementada pelo Governo do Maranhão com apoio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha, e que tem como meta usar a calculadora de carbono em 15 propriedades rurais da região. O projeto ainda conta com uma Unidade Demonstrativa (UD) de práticas de baixo carbono na região, que mostra a viabilidade técnica e econômica delas para estimular a adoção pelos produtores e produtoras rurais.
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