Realizada há mais de 40 anos pelo Centro de Citricultura Sylvio Moreira do Instituto Agronômico (IAC), a Expocitros é a maior feira cítricola da América Latina e conta com extensa programação de palestras e uma área dedicada a estandes que reúnem empresas, especialistas, profissionais e estudantes da área. Em sua 47ª edição, a Fundação Solidaridad marcou presença com estande e patrocínio ouro, aproveitando a ocasião para trazer notoriedade ao seu projeto desenvolvido para a sustentabilidade da cadeia de laranja, o Fruto Resiliente. O evento aconteceu de 6 a 9 de junho de 2022, em Cordeirópolis (SP), e reuniu mais de 7 mil visitantes em seus quatro dias de duração.
A participação da Fundação Solidaridad na Expocitros vem ao encontro do seu objetivo de mostrar que práticas sustentáveis no campo são aliadas de um manejo correto, em equilíbrio com o meio ambiente e socialmente justo. Desempenhado para citricultores e citricultores de pequenas propriedades do Cinturão Citrícola Brasileiro, o Fruto Resiliente visa competitividade, respeito às pessoas e ao meio ambiente. “O pequeno produtor citrícola tem hoje um desafio enorme: o de poder continuar na atividade. Ele precisa olhar para vários aspectos da sua propriedade: econômicos, da produção, da produtividade, manejo do solo e da cultura, além da harmonização da citricultura dentro da paisagem da fazenda. Nesse sentido, a citricultura tem um papel importantíssimo nisso”, comentou o Diretor de País da Solidaridad, Rodrigo Castro.
Os pequenos produtores de laranja no Brasil representam 80% das propriedades, e por isso têm extrema importância no processo de sustentabilidade no campo. Se não tiver o pequeno produtor, não tem produção de laranja. Se não tiver sustentabilidade na produção de laranja, não tem citricultura. Sendo assim, o projeto Fruto Resiliente chegou como uma solução para o pequeno produtor, considerando que os pequenos possuem menos acesso à tecnologia, menos acesso à assistência técnica. Oferecemos capacitação e assistência técnica gratuita, levando informações agronômicas e de boas práticas agrícolas, sociais e ambientais”, ressalta ele.
Jaime ainda complementou sobre a participação da Fundação Solidaridad na Expocitros, sendo uma forma de tornar seu trabalho conhecido entre os atores do setor e, principalmente, entre os produtores e produtoras. “Trata-se de uma grande oportunidade de a gente se conectar mais uma vez com eles. Nossos analistas estão no dia a dia do campo para convidá-los a fazer parte do projeto Fruto Resiliente, mas a participação na feira é mais um mecanismo para que o produtor possa chegar até nós”, disse.
Seu Vair Doiche, 65 anos, é um dos citricultores participantes do projeto e visitou o estande do Fruto Resiliente na 47ª Expocitros. Da região de Leme (SP), ele entrou em contato com a Fundação Solidaridad por meio da plataforma Citros Conecta em busca de suporte e assistência técnica. “O projeto está colocando nossos pés no chão. Uma coisa importante foi a divisão em etapas. Estamos em uma etapa bem básica de entender o sítio e seus problemas. Antes, o sítio estava no ar, sem rumo. A base do projeto é dar uma orientação, para que o sítio se torne sustentável. Ou seja, nosso trabalho é para que seja uma propriedade rentável, sustentável e ecologicamente boa”, conta ele. A Analista de Campo da Solidaridad, Selma Coelho, comentou sobre a importância de empoderar os produtores e produtoras no caminho da sustentabilidade.
Antes de pensar em ter uma laranja sustentável, ele precisa entender o processo que o levará até lá. São passos que o produtor precisa dar, não é algo rápido. Por isso que a assistência técnica é tão importante, pois vai orientar o produtor nesses caminhos, para que ele entenda os passos que ele precisa para chegar a uma propriedade sustentável”, disse ela.
