Ao participarem do Festival de Chocolat Amazônia 2019, em Belém do Pará, agricultores do Tuerê apoiados pela Solidaridad levaram cinco das seis categorias
Os chocolates produzidos com as amêndoas de pequenas e pequenos produtores de cacau do assentamento rural Tuerê, em Novo Repartimento, no Pará, venceram cinco das seis categorias do concurso “Chocolate de Origem da Amazônia” no encerramento do Festival Chocolat Amazônia 2019, entre os dias 19 e 22 de setembro, em Belém. O cacau de dez produtores apoiados pela Solidaridad Brasil foi selecionado pela Casa Lasevicius para a produção de chocolates bean to bar e inscritos no principal concurso do evento. São eles: Anivaldo, Chiquinho, Francisco, Jader, José Antônio, Narciso, Rosilene, Valdemiro, Zé Augusto e Zezinho.
Uma caravana com cerca de 50 produtores de cacau, apoiados pelo projeto Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia, desenvolvido pela Solidaridad Brasil na região desde 2015, partiu de Novo Repartimento em direção à capital paraense para participar, pela terceira vez, do festival internacional. As 12 horas de viagem – em alguns casos, a primeira vez dos produtores e suas famílias rumo a Belém – foram recompensadas pela alegria da premiação, que confirmou a qualidade das amêndoas do cacau produzido por eles.
O anúncio do resultado do concurso, cercado de grande expectativa, foi comemorado pelo grupo da Solidaridad Brasil, que estava uniformizado na plateia. Na categoria “Chocolate intenso” (70% de cacau), os três primeiros lugares ficaram com os chocolates feitos com amêndoas dos produtores do Tuerê. Em primeiro lugar ficou o Chiquinho, seguido por Valdemiro e Rosilene. Já na categoria “Chocolate ao leite” (50% de cacau), o primeiro e o segundo colocados tiveram repeteco entre os produtores apoiados pela Solidaridad Brasil: Valdemiro e Rosilene, respectivamente.
“A gente vive da cultura do cacau. Então, estar participando do festival é uma satisfação muito grande”, disse Valdemiro Broechl, um dos grandes premiados da noite. Valdemiro é um dos pioneiros na produção de cacau do Tuerê. Nascido no Espírito Santo, produz cacau a partir do modelo de agricultura familiar no sítio Bom Jesus. Além de práticas agrícolas de baixo carbono e garantia de produtividade, o foco dele agora também passa pela qualidade do cacau para produção de chocolate.
O produtor Zezinho, homenageado no festival de 2018 – e que participou do Salon du Chocolat de Paris, na França –, contou que a participação em eventos assim era muito distante da realidade dele e dos colegas. “Eu nem sonhava em um dia estar aqui, e a Solidaridad é a pedra fundamental para isso. Faz a gente ver o mundo de outro ângulo. Todo passo que damos é a Solidaridad que dá na frente. É uma conquista para todos”, disse.
A produção de amêndoas especiais e o acesso ao mercado de chocolates finos é uma estratégia da Solidaridad Brasil para o incremento de renda de produtoras e produtores de cacau no bioma amazônico. A premiação demonstrou o potencial da região do Tuerê para a produção cacaueira com excelência de qualidade.
Estande no festival
Em sua terceira edição, o Festival Chocolat Amazônia 2019 é o maior encontro do setor cacaueiro da região. Desta vez, cerca de 60 mil pessoas passaram pelo evento, que contou com exposição de marcas de chocolate, feira de flores e espécies da flora amazônica, palestras e debates sobre a produção cacaueira e de chocolate, workshops, aulas práticas, atividades infantis e apresentações culturais.
A Solidaridad Brasil marcou presença no evento com um estande dedicado ao projeto Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia, que beneficia 150 agricultores familiares do Pará. Quem passou por lá pôde conversar com a equipe da Solidaridad e conhecer mais sobre a iniciativa, que integra os programas de Cacau e Pecuária e vem desenvolvendo um modelo de agropecuária de baixo carbono no Tuerê.
