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Com práticas sustentáveis e apoio aos produtores, Integra Campo transforma realidades no Tocantins

Projeto recupera áreas de pastagens degradadas, implementa sistemas integrados na produção de soja e pecuária e já promoveu o uso consciente do solo em 11 municípios do estado
O Integra Campo prova que recuperar o solo, especialmente de pastagens degradadas, é também investir em produtividade. Foto: Fundação Solidaridad

Executado pela Fundação Solidaridad no âmbito da iniciativa Produtores em Foco, com apoio do Soft Commodities Forum, sediado no WBCSD, e da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o projeto Integra Campo tem levado práticas e opções para a recuperação de pastagens degradadas para produtoras e produtores rurais em 11 municípios do Tocantins. Em seus dois anos de atuação, a iniciativa propõe ações de transformação na propriedade: converter práticas, conscientizar e gerar resultados. Com foco em agricultura regenerativa, o Integra Campo mostra que é possível produzir com eficiência sem abrir novas áreas, respeitando os limites da terra e valorizando quem vive dela.

Com o auxílio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), o projeto abrange municípios estratégicos do Tocantins, como Santa Rosa do Tocantins, Porto Nacional, Goiatins, Lagoa da Confusão, Pium, Peixe, Araguacema, Monte do Carmo, Pedro Afonso, Santa Maria do Tocantins e Marianópolis. Essas regiões têm registrado forte crescimento na contratação de crédito rural, especialmente para agricultura e pecuária.

De acordo com o Estudo econômico sobre a mudança do uso da terra em regiões produtoras de soja no Matopiba da Fundação Solidaridad, em Peixe e Pium, por exemplo, o crédito rural cresceu 161% e 145%, respectivamente, refletindo a conversão de áreas de pastagem para soja.

A analista de Campo da Fundação Solidaridad, Selma Coelho, e o técnico do Ruraltins visitam propriedade em Porto Nacional. Foto: Divulgação/Governo do Tocantins

A atuação da Solidaridad se dá de forma integrada e personalizada. A equipe tem realizado diagnósticos detalhados, capacitações práticas e visitas regulares às propriedades. Na Fazenda Elite, em Porto Nacional, o produtor Emanuel Martinez viu sua realidade mudar após participar do projeto.

Aqui a terra já estava exaurida, e os resultados não vinham. Depois da análise de solo e do acompanhamento dos técnicos, conseguimos ajustar o manejo e começamos a ver retorno. É gratificante saber que dá para produzir bem sem precisar abrir novas áreas”, comenta.

Essa mudança reflete uma tendência regional: entre 2006 e 2022, 62% da expansão da soja no Tocantins ocorreu sobre áreas de pastagem, sendo apenas 2% sobre a vegetação nativa. Em cidades como Peixe e Pium, houve a redução significativa da conversão de áreas verdes, reforçando o papel da assistência técnica e do manejo sustentável como ferramentas para contê-la.

Por meio da intensificação do uso de áreas já abertas, como de pastagens degradadas, o projeto pretende contribuir para tornar a produção de soja mais eficiente e resiliente, reduzindo a pressão por novos desmatamentos e fortalecendo a capacidade de adaptação do sistema aos períodos de veranico. Uma das técnicas que tem ganhado destaque no campo é o uso da brachiaria e do Panicum  – gramíneas forrageiras usadas como pastagem e cobertura vegetal do solo. Além de serem resistentes e adaptáveis, elas ajudam a recuperar áreas degradadas, melhoram a estrutura do solo e contribuem para o controle da erosão. Em sistemas integrados de soja e pecuária, elas também servem como palhada para o Sistema de Plantio Direto (SPD), mantendo a umidade do solo e reduzindo a necessidade de insumos.

Área beneficiada pelo Integra Campo, que permite uma produção de soja mais eficiente e resiliente. Foto: Fundação Solidaridad

A iniciativa tem como meta até 2026 implementar sistemas integrados na produção de soja e pecuária e recuperar pastagens degradadas em pelo menos 100 hectares. Além disso, serão realizados dois dias de campo em Unidades Demonstrativas para a troca de informações e experiências entre os produtores da região.

O projeto tem proporcionado aos sojicultores o diagnóstico sobre a saúde do solo (BioAs), a análise da água e a estimativa do balanço de carbono, possibilitando o acesso a métricas sobre os sistemas de manejo para auxiliar nas tomadas de decisão. A equipe já realizou diversas visitas para a amostragem de solo e água e a coleta de informações. Atualmente, 924 hectares são acompanhados pelo projeto, seja na implementação de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), na recuperação de pastagens e na melhoria do sistema produtivo.

*Este conteúdo foi elaborado com base em informações do site do Ruraltins.

INFORMAÇÕES DE CONTATO

Paula Freitas

Gerente de Cadeias Produtivas e Estratégias

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Paulo Lima

Gerente de Programas

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