Apoiar um processo de democratização do acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis e promover um modelo de assistência técnica digital a produtores periurbanos inseridos na cadeia de produção de hortifrutigranjeiros. Com esses objetivos, a Unidade de Soluções Digitais (SDU) para a América do Sul da Fundação Solidaridad e a Santa Food, plataforma Agri e foodtech de impacto social que conecta consumidores, cozinheiras domésticas independentes e agricultores orgânicos, tiveram proposta selecionada para o Food Systems Game Changers Lab.
Escolhidas entre mais de 500 inscrições de 85 países, Solidaridad e Santa Food propõem tornar acessíveis refeições saudáveis feitas com ingredientes localmente produzidos por agricultores e agricultoras que adotam práticas sustentáveis, criando um impacto positivo para as pessoas e o planeta. As propostas selecionadas foram divididas em 24 subgrupos alinhados por temática e participaram da fase de aceleração do programa.
Iniciativa conjunta entre EAT, Forum For The Future, IDEO, Intention 2 Impact, Meridian Institute, SecondMuse, The Rockefeller Foundation e Thought for Food, o Food Systems Game Changers Lab almeja conectar diversos atores das cadeias produtivas agropecuárias globais para construir sistemas alimentares que cumpram com eficiência sua missão de alimentar a humanidade, a partir de um gerenciamento sustentável dos recursos naturais. O programa apoia e contribui para as discussões da Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, que foi realizada em setembro, e por isso as agendas de ação de cada um dos subgrupos foram apresentadas a potenciais parceiros, com o intuito de viabilizar a execução e dar escala às soluções criadas pelas equipes.
A solução proposta pela Solidaridad e a Santa Food fez parte do subgrupo “Construindo sistemas alimentares locais resilientes”, que uniu mais 23 soluções em prol da segurança alimentar e do acesso equitativo a alimentos por meio da agricultura resiliente e com foco nas comunidades locais. Para o Coordenador de Negócios da SDU, Denis Oliveira, colaborar com outras iniciativas do mundo pode proporcionar soluções mais resilientes. “A ideia do programa é unir pessoas e propostas do mundo inteiro que já estão trabalhando com algum projeto relacionado a romper com o modelo atual de produção e distribuição de alimentos”, afirma.
De acordo com a CEO da Santa Food, Evelyn Dias, a parceria entre as duas instituições torna o projeto mais completo. “Sozinhas não conseguimos atender à necessidade dos agricultores. Estar com a Solidaridad, que é uma organização internacional com expertise e base tecnológica, nos traz muita credibilidade e abertura de oportunidades”, diz.
A solução será capaz de integrar grupos antes desconectados para gerar um ciclo de produção agrícola sustentável e a inclusão socioeconômica de produtores rurais e cozinheiras domésticas. Segundo Denis, a atuação da Santa Food garante que os objetivos da Solidaridad se tornem mais palpáveis para a realidade urbana.
Trabalhar com produtores é muito importante, mas às vezes fica um pouco longe da realidade das pessoas que vivem nos grandes centros urbanos. A proposta da Santa Food de trabalhar com mulheres e oferecer a elas uma opção de geração de renda para sua família, podendo trabalhar dentro de seu próprio lar, aliada à nossa proposta de melhorar as condições de trabalho dos produtores e fazer com que refeições estejam mais acessíveis para mais pessoas, traz um maior apelo”, ressalta.
Participar do Food Systems Game Changers Lab ampliou a perspectiva da Solidaridad e da Santa Food, a partir da soma de discussões e propostas com o mesmo objetivo: desenvolver um sistema alimentar mais otimizado, democrático e acessível. Para a guia do subgrupo “Construindo sistemas alimentares locais resilientes”, Ivani Pauli, a iniciativa é uma possibilidade de unir projetos isolados visando cocriar ideias que atendam a necessidades conjuntas.
Existem muitas pessoas que fazem coisas incríveis, mas em pequena escala. Então, criamos esses espaços para que pessoas que estão trabalhando na mesma área, focos e problemas, mas em lugares diferentes, possam colaborar e escalar soluções. Precisamos encontrar melhores formas de cooperar e de fazer esses trabalhos serem a ‘norma’”, conta.