Desenvolvida para produtores de laranja do Cinturão Citrícola Brasileiro, a iniciativa completa sua primeira fase com quase 500 famílias assistidas em melhores práticas e 14 mil hectares sob manejo sustentável
Em seu quinto ano de atuação, o projeto Fruto Resiliente: fortalecendo a produção sustentável de laranja soma quase 500 citricultores e citricultoras adotando melhores práticas agrícolas em suas fazendas. Com a primeira fase focada em assistência técnica individualizada e personalizada concluída com êxito, a iniciativa foi renovada com o objetivo de incentivar o nível bronze do Farm Sustainability Assessment (FSA, a Avaliação de Sustentabilidade da Fazenda), promovido pela plataforma Sustainable Agriculture Initiative (SAI). Além disso, pretende viabilizar práticas em conformidade com a nova regulamentação europeia para as famílias citricultoras. As ações são implementadas pela Fundação Solidaridad em parceria com organizações do setor de alimentos e bebidas.
Durante a primeira etapa do projeto, foram realizadas quase 5 mil visitas técnicas nas propriedades rurais, com mais de 3 mil práticas ajustadas e 14 mil hectares de terra sob manejo sustentável. O incentivo a práticas mais sustentáveis também é uma forma de preparar os citricultores para as exigências do mercado.
Hoje temos quase 500 produtores participando do projeto, espalhados por todo o Cinturão Citrícola Brasileiro. Ao trabalharmos com o protocolo do Fruto Resiliente em campo, estamos apoiando não apenas no ajuste das práticas que são legalmente necessárias, mas também preparando os citricultores para o futuro da produção de laranja com as demandas de sustentabilidade que vêm do mercado consumidor”, afirmou o Gerente do Programa de Laranja da Fundação Solidaridad, Guilherme Ortega.
Um dos grandes pilares do Fruto Resiliente foi garantir a disseminação de conteúdo relevante para o setor citrícola. Foram produzidos 90 vídeos, sete cartilhas e um caderno de campo para auxiliar no dia a dia nos pomares. Os conteúdos, compartilhados também de forma física, tiveram mais de 2 mil downloads e acessos on-line. A troca de informações também foi possibilitada por meio de interações presenciais. Ao longo desses cinco anos, foram realizados mais de 20 treinamentos e intercâmbios. Para a citricultora Giovana Lopes, essas oportunidades de relacionamento são valiosíssimas. “A gente vê que tem um potencial enorme dentro da citricultura, mas infelizmente isso não é acessível a todos. Com o apoio da Solidaridad, podemos ir bem mais longe. Por exemplo, tivemos um dia de campo onde pudemos conhecer o Centro de Citricultura Sylvio Moreira – sem a Solidaridad, essa ponte não seria possível”, destacou ela.
Em 2023, duas importantes conquistas consagraram o projeto como referência em sustentabilidade. Durante a 48ª Expocitros, a Fundação Solidaridad foi agraciada com o prêmio “Centro de Citricultura”, promovido pelo Centro de Citricultura Sylvio Moreira como forma de reconhecer instituições que têm contribuído para o desenvolvimento e crescimento do setor. Ademais, o Fruto Resiliente também obteve da SAI a equivalência ao nível bronze do FSA 3.0 para os critérios adotados na avaliação das propriedades que participam da iniciativa. Com isso, o projeto alcançou um de seus principais objetivos e garantiu o alinhamento de sua proposta a um dos padrões globais de sustentabilidade mais reconhecidos pelo mercado. O Diretor de País da Fundação Solidaridad, Rodrigo Castro, reforça a importância e o pioneirismo do trabalho realizado.
Trata-se de um projeto já premiado, e o setor da citricultura o distingue como uma iniciativa pioneira e de muita qualidade no âmbito da sustentabilidade. Os produtores reconhecem o valor, a importância e o impacto gerado pela Solidaridad. Parceiros e investidores que estão conosco nesta jornada também reconhecem isso. É um projeto que pode seguir adiante, pois já é consagrado”, diz.
Para a Coordenadora de Campo do Programa de Laranja, Daniella Macedo, o sucesso do projeto se dá pelo trabalho de desenvolvimento técnico de agricultores e agricultoras. “Nós recebemos depoimentos de produtores que falam que são apaixonados pela citricultura, mas que não sabiam se iam continuar no campo. Com a assistência técnica, os treinamentos e o conhecimento que provemos a eles, se sentem mais confiantes e permanecem na atividade”, conta. Um exemplo de êxito nesse processo é o do citricultor Marcelo Faria:
Muitas vezes andamos fora da legislação por falta de informação. A lei muda e a informação não chega até o agricultor. A Solidaridad, por meio do grupo com os produtores no WhatsApp, sempre está postando informações, vídeos e nos mantendo atualizados. O acompanhamento técnico também foi muito bom, pois com ele desenvolvemos mais as plantas, nosso custo reduziu e a sanidade do pomar melhorou”, compartilhou ele.