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Desenvolvido pela Fundação Solidaridad, o estudo Panorama para o balanço de carbono na produção de café revela que práticas de manejo e gestão orientadas por práticas regenerativas tendem a contribuir para uma cafeicultura climaticamente mais eficiente, além de competitiva e rentável. Melhores práticas para o manejo do solo, redução do uso de fertilizantes nitrogenados, utilização de produtos biológicos, adoção de práticas para o manejo de resíduos e promoção da eficiência de máquinas agrícolas foram algumas das práticas responsáveis por reduzir a emissão de carbono elencadas na pesquisa.
O estudo foi realizado em dez dos 23 municípios da região da Alta Mogiana, entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, e considerou o desempenho da safra 2022/23 em quase 2 mil hectares de café. Para o Gerente de Programas de Café da Solidaridad, Gabriel Dedini, a publicação apresenta um importante potencial para o debate climático no setor.
Por meio de entrevistas, coletas de dados e verificação ‘in loco’ para a conferência de informações, desenvolvemos modelos e inteligência para enfrentar o impacto das mudanças climáticas na produção do café arábica”, conta Gabriel.
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No total, 76 fazendas de café se voluntariaram para participar da pesquisa. A equipe técnica da Solidaridad empregou a ferramenta Cool Farm Tool (CFT) para calcular os fatores de emissão e sequestro de Gases de Efeito Estufa (GEE) e gerar o balanço de carbono para cada sistema produtivo avaliado na propriedade.
Líder global na produção de café, o Brasil enfrenta o desafio de equilibrar o aumento da demanda com a necessidade de reduzir as emissões de GEE. Estratégias como a agricultura regenerativa, que visa restaurar ecossistemas e promover a saúde do solo a fim de conservar recursos naturais, vêm se destacando no setor, já que oferecem um caminho para a produção mais sustentável e resiliente.