O dia 30 de março, penúltimo dia do mês em homenagem às mulheres, foi marcado pela décima primeira edição do Cana Substantivo Feminino, primeiro evento do agronegócio voltado para mulheres. Realizado em Ribeirão Preto (SP) pela revista Cana Online, o encontro, que registrou mais de 500 participantes, teve como destaques o papel e a presença feminina em diversos segmentos do setor sucroenergético e foi palco do lançamento do livro Mulheres da Cana-de-Açúcar. Por acreditar na importância da equidade de gênero para uma agricultura sustentável e inclusiva, a Fundação Solidaridad foi uma das organizações apoiadoras.
Entre diversas atividades, a programação contou com painéis para o debate de temas que pudessem fortalecer a troca de experiências e o empoderamento das participantes: inovações tecnológicas que promovem a atuação de mulheres no agronegócio, o nível de preparo do setor para maior presença feminina e as iniciativas das empresas para fomentar a equidade de gênero.
Para compartilhar um pouco de sua experiência no campo, a Solidaridad foi representada pela Gerente de Cadeias Produtivas e Estratégias, Paula Freitas. Ela participou do painel “Mulheres produtoras rurais” ao lado da produtora rural Elisabeth Malvestiti, da produtora rural e Presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Capivari (Assocap), Maria Christina Pacheco, e da Analista de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), Andréa Pavani. Em sua fala, Paula comentou que, a despeito das dificuldades, a capacidade de superação das agricultoras é surpreendente.
A realidade das produtoras é muito parecida. Em cerca de 10% dos casos, são as mulheres que estão à frente dos negócios, seja porque o marido estava à frente da produção e faleceu, o pai ou a mãe faleceu ou se separou do companheiro, e elas ficam se perguntando se arrendam ou vendem a terra. E com muito medo, essas mulheres encaram a decisão de serem produtoras e acabam se saindo muito bem, pois têm a cabeça mais aberta, procuram inovação, se capacitam e buscam parcerias, disse.
Além dos painéis, o encontro também contou com test-drive de caminhões e tratores, homenagens e confraternizações. Mas o ponto alto ficou com o lançamento do livro Mulheres da Cana-de-Açúcar, que detalha as oportunidades e os desafios de trabalhadoras e produtoras do setor. “Os dicionários definem a cana como um substantivo feminino, o que explica a sua vocação em ser a genitora de tantos produtos, além de se destacar em resiliência, transformação e inovação. Mas qual é a participação da mulher no mundo da cana?”, indaga, no prólogo, a autora Luciana Paiva, que é jornalista e organiza o evento anualmente.
A publicação tem como foco reforçar o protagonismo feminino e os benefícios que ele traz para o agronegócio, ainda predominantemente ocupado por homens. Da chegada da cana-de-açúcar no Brasil às inovações tecnológicas, ou dos canaviais aos laboratórios de estudos genéticos, é possível conferir histórias e relatos de mulheres que marcaram a trajetória da produção canavieira.
O livro Mulheres da Cana-de-Açúcar não se resume apenas aos depoimentos e conta com uma pesquisa realizada com mais de 20 mil mulheres – ou seja,16% da força de trabalho do segmento. O resultado identificou o percentual de mulheres contratadas por tamanho da empresa, seus perfis, os obstáculos enfrentados, iniciativas tomadas pelas empresas e os benefícios – como produtividade e eficiência – da presença feminina no ambiente corporativo.
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