Encontro virtual liderado pela Solidaridad Brasil reuniu diferentes setores para debater o potencial e a sustentabilidade da produção no país
Ao promover debate sobre recomendações para o desenvolvimento de uma cadeia de valor sustentável da biomassa de cana-de-açúcar, a Solidaridad Brasil traz ao país uma discussão inédita e de vanguarda. Em 26 de maio, a organização liderou o encontro virtual Oportunidades e desafios da biomassa de cana como fonte de energia renovável, reunindo diversos e importantes stakeholders do setor. As reflexões enfatizaram as oportunidades de construção de uma economia circular na produção de cana, somada à transição para uma produção de baixo carbono.
O evento, que contou com o apoio da RWE (empresa de energia elétrica dos Países Baixos) e a Raízen, parceira da Solidaridad Brasil no projeto ELO, juntou diferentes setores – sociedade civil, empresas, universidade e representantes do poder público – e buscou fortalecer o relacionamento entre atores da cadeia e as capacidades de escuta, diálogo e colaboração. A iniciativa faz parte do projeto Boa Agricultura, Energia Boa desenvolvido pela Solidaridad globalmente.
Atualmente, a Solidaridad trabalha em diversas iniciativas em todo o mundo nas quais a biomassa de resíduos agrícolas é usada para diferentes fins. É nesse contexto que a organização tem buscado entender o papel e o potencial da biomassa da cana-de-açúcar como fonte de energia renovável, e a capacidade do Brasil em desenvolver uma cadeia de exportação, sobretudo para os mercados da União Europeia.
O Gerente de Engajamento Corporativo da Solidaridad, Jesus Esparza, explica que a cadeia produtiva de biomassa está crescendo no mundo como consequência do aumento da demanda, especialmente em países como os Países Baixos, que pretendem tornar sua economia totalmente circular até 2050. Nesse sentido, como maior produtor de cana-de-açúcar do mundo e destaque na produção de biomassa e agricultura de baixo carbono, o Brasil tem potencial para liderar uma transição energética.
A Solidaridad enxerga na biomassa da cana um grande potencial como fonte renovável complementar para a geração de energia e sustentabilidade da matriz energética no mundo. Assim, continuaremos trabalhando para o desenvolvimento de uma cadeia produtiva sustentável e inclusiva desse resíduo”, completou Rodrigo Castro, Diretor de País da Solidaridad Brasil.
Márcio Astrini, Secretário Executivo do Observatório do Clima, comentou que no mundo pós-pandemia a agenda do Green New Deal – uma série de propostas econômicas para ajudar a combater as mudanças climáticas e que já é discutida na Europa – poderá se transformar em uma grande oportunidade para a cadeia de biomassa brasileira ganhar mercado.
Nós temos um ambiente muito fértil e talvez sejamos no mundo o país com cenários mais favoráveis e de melhor implementação da cadeia de biomassa, principalmente de cana-de-açúcar”, disse Astrini.
PRÁTICAS INOVADORAS
A proposta de valor da Solidaridad para lançamento da nova matéria-prima biodegradável inclui o estímulo às partes interessadas em adotar práticas responsáveis de inovação. Além disso, pretende fortalecer a governança da cadeia de valor, a criação de novas oportunidades de desenvolvimento, o enfrentamento dos problemas ambientais e a criação de redes que adicionem valor à biomassa, ligando a oferta à demanda.
Para Rodrigo, o encontro foi um passo inicial importante. “Promovemos uma escuta ativa de atores estratégicos, para entender quais as oportunidades e desafios da produção da biomassa de cana. Buscamos envolver atores da cadeia da cana com o objetivo de promover sustentabilidade e inclusão nesse seguimento, no intuito de gerar benefícios para todos os elos da cadeia”, comentou.