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Resiliência que gera frutas

Com o apoio do projeto Fruto Resiliente, Sandra Zanardi tomou as rédeas da fazenda da família, aprimorou as técnicas de produção e hoje alcança uma colheita robusta de laranjas
Sandra é um exemplo de como o apoio a mulheres na agricultura pode tornar o setor mais produtivo e responsável. Foto: Microsoft

Sandra Zanardi, de 45 anos, é hoje uma citricultora de mão cheia. Vislumbra, com propriedade, um horizonte amplo para a sua produção de laranjas, que vai muito além de ser a fonte de sustento da família. Além de buscar envolver os filhos, incentivando a sucessão familiar, faz planos para investir na fazenda. O pomar, que em 2021 não rendeu colheita, ao final de 2022 tinha a previsão de produzir cerca de 10 mil caixas de laranja. O resultado é consequência das boas práticas que adquiriu e que tornaram seu sítio mais produtivo.

A produtora participa, desde abril de 2022, do projeto Fruto Resiliente: Fortalecendo a produção sustentável de laranja, cujo objetivo é apoiar gratuitamente pequenas e pequenos agricultores do Cinturão Citrícola Brasileiro por meio da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). O incentivo chegou por intermédio de outra mulher, que mais tarde se tornaria sua fiel companheira: a Analista de Campo da Fundação Solidaridad, Selma Coelho, que foi até a sua propriedade para apresentar a iniciativa. “Foi a visita da Selma que me passou segurança e me motivou a participar do projeto”, lembra Sandra.

A relação de confiança estabelecida com Selma foi decisiva para que Sandra aceitasse o convite para participar do Fruto Resiliente. Foto: Microsoft

Selma já buscava incentivar a participação de mais produtoras no projeto, e o perfil de Sandra tornou sua adesão ainda mais fácil. “Eu a incentivo e a desafio, pois isso faz com que ela se sinta capaz e motivada a melhorar. Cada degrau que ela consegue subir em direção à melhor gestão da propriedade faz com que se sinta mais forte”, explica a profissional, demonstrando sororidade.

Entretanto, o cultivo de laranjas nem sempre foi tarefa fácil. Há mais de vinte anos vivendo em seu sítio em Mogi Guaçu (SP), Sandra sempre atuou como dona de casa, na lida dos afazeres domésticos, deixando o pomar por conta do marido. Mas ao perder seu companheiro para a Covid-19 em 2021, ela decidiu assumir a liderança dos negócios, mesmo sem ter tido contato com a citricultura. E, naquele momento, toda ajuda seria bem-vinda.

Eu tinha coragem para tocar o sítio, mas não sabia como. Logo na primeira vez em que participei de uma palestra organizada pela Fundação Solidaridad, tive contato com várias informações novas e pude adquirir conhecimento. Fiquei muito satisfeita”, conta a agricultora.

Com a assistência técnica iniciada, foi definido um plano de ação, e Sandra começou a aperfeiçoar as técnicas de produção. Entre as várias melhorias, está o manejo seguro de agroquímicos, que contou com adequações como a organização da sala de defensivos, abastecimento do tanque do pulverizador de forma correta, preparação dos produtos em local com piso de cimento, obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção e sinalização dos locais de aplicação com placas. As medidas tomadas foram importantes para proteger o pomar, os funcionários e toda a família.

A produção de laranjas deixou de ser apenas a fonte de renda da família e se tornou impulso para um futuro promissor. Foto: Microsoft

FRUTO RESILIENTE

O projeto Fruto Resiliente: fortalecendo a produção sustentável de laranja atende atualmente mais de 300 famílias produtoras, que têm se mostrado satisfeitas com os resultados que conseguem alcançar com o apoio gratuito da Fundação Solidaridad. A iniciativa pretende chegar, até o fim de 2024, no total de 500 famílias assistidas. Entre os objetivos do projeto estão a adequação das propriedades à legislação brasileira e o alcance de níveis de padrão internacional de sustentabilidade.

Os citricultores contam com assistência técnica individualizada e treinamentos coletivos que abrangem diversas etapas da produção de laranja. Para garantir a efetividade das ações, eles são assistidos por engenheiros agrônomos e contam com auxílio de parcerias locais. O projeto é uma iniciativa pré-competitiva desenvolvida em parceria com as seguintes organizações do setor de sucos e bebidas: Cutrale, The Coca-Cola Company, Fundação Coca-Cola, Innocent Drinks e Eckes-Granini.

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