O trabalho de produtoras e produtores de cacau promovido pela Solidaridad Brasil no assentamento Tuerê, em Novo Repartimento, Pará, tem consolidado o Terruá Tuerê como território de referência em qualidade no mercado internacional de chocolates artesanais finos. Produzidos no método bean-to-bar – da amêndoa à barra, na tradução livre –, sem processos industriais, dois chocolates que levam o cacau de Valdemiro Broechl, um dos beneficiários do projeto Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia, acabam de ser premiados em festivais de destaque: no Chocolate Alliance, que aconteceu em novembro em Seattle, nos Estados Unidos, e no Prêmio Bean-to-bar Brasil, um dos maiores concursos nacionais desse nicho de mercado.
Nos Estados Unidos, o Chocolate Alliance é reconhecido como um termômetro para outros concursos de chocolate artesanal e ostenta a maior feira do mundo do mercado bean-to-bar. A barra de chocolate premiada levou o bronze no festival e foi desenvolvida pela Casa Lasevicius, que ainda acrescentou polpa de cupuaçu ao doce. Já no Prêmio Bean-to-bar Brasil, o chocolate em barra “70% Amazônia”, produzido pela chocolateira Arcelia Galhardo, da Mission Chocolate, foi agraciado duas vezes: ouro em “chocolates intensos” e com o prêmio da escolha do público.
A premiação brasileira acontece desde 2017 para promover o movimento bean-to-bar e ajudar na melhoria desse método produtivo no país. Neste ano, 72 barras de chocolate foram inscritas na competição, sendo 35 na categoria “chocolate ao leite” e 37 em “chocolates intensos”. Em cada categoria, são premiados 20% dos inscritos, ou seja, sete em cada. Na premiação da escolha do público, são selecionados um de cada categoria.
Para Valdemiro Broechl, o reconhecimento de seu trabalho é resultado de um esforço conjunto dele e de seus três filhos, que sempre trabalham juntos, prezando pela qualidade do cacau. Ao saber dos prêmios, agradeceu o apoio à sua produção. “Gostaria de agradecer de coração, principalmente ao nosso professor Daniel (técnico agropecuário da Solidaridad Brasil), que foi quem nos deu treinamento e orientações. Sempre quando temos alguma dúvida, a gente recorre a ele para buscar informações e tentar melhorar. E à Solidaridad, que tem proporcionado debates, palestras, cursos e nos apoiado nesta luta”, diz.
O trabalho de assistência técnica da Solidaridad Brasil proporciona uma melhora na qualidade da amêndoa e incremento de renda para produtores e produtoras do Tuerê, já que o mercado bean-to-bar chega a pagar até quatro vezes mais pelo cacau. Por meio de Sistemas Agroflorestais (SAFs), as famílias produtoras seguem o devido processo de fermentação, colheita, quebra e secagem do cacau para alcançar um resultado mais sustentável, rentável e que reduz o desmatamento na Amazônia.
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Graças à Solidaridad, o Tuerê está tendo reconhecimento aqui no Pará e no Brasil. Isso é uma enorme satisfação, porque é o nosso trabalho. E aí não sou só eu, é a equipe técnica da Solidaridad de Novo Repartimento, com Pedro, Marcos e Cidson. A Solidaridad trabalha para a agricultura familiar, agregando valor ao produto e levantando a renda do agricultor. De todos os locais em que eu já trabalhei com cacau, vejo um diferencial muito grande da instituição – ela dá condições para gente acompanhar o produtor e mostrar o jeito que deve ser feito”, comenta Daniel Costa, Técnico Agropecuário da Solidaridad Brasil.
O Coordenador dos Programas de Cacau e Pecuária da Solidaridad Brasil, Paulo Lima, destaca o empoderamento de produtores e produtoras ao acessarem novos mercados e obterem reconhecimento com chocolates premiados. “E esse empoderamento aumenta significativamente o nível de engajamento dessas famílias e acelera a adoção das boas práticas em seus sistemas produtivos, o que reforça o sucesso da estratégia”, acrescenta ele.